{"id":3925,"date":"2024-01-04T10:04:04","date_gmt":"2024-01-04T09:04:04","guid":{"rendered":"https:\/\/leprado.org\/pratique-du-ministere-chez-saint-paul\/"},"modified":"2024-04-23T10:30:50","modified_gmt":"2024-04-23T08:30:50","slug":"pratique-du-ministere-chez-saint-paul","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leprado.org\/pt\/pratique-du-ministere-chez-saint-paul\/","title":{"rendered":"A pr\u00e1tica do minist\u00e9rio de S\u00e3o Paulo"},"content":{"rendered":"

O Padre Chevrier via S\u00e3o Paulo como o modelo do ap\u00f3stolo, o modelo do sacerdote. Ao examinar os Evangelhos, nunca deixou de escutar o que o Esp\u00edrito Santo lhe podia revelar atrav\u00e9s do estudo dos textos paulinos. Este trabalho \u00e9 aqui continuado numa medita\u00e7\u00e3o consistente sobre o minist\u00e9rio do Ap\u00f3stolo dos Gentios. S\u00e3o Paulo foi um homem \"escolhido por Deus\", consciente de ter sido \"separado\" por Ele no caminho de Damasco, que amadureceu a sua f\u00e9 na casa de Ananias para uma \u00fanica miss\u00e3o: \"anunciar o Evangelho\" ao mundo. Os Actos dos Ap\u00f3stolos mostram-no enviado com Silas numa primeira miss\u00e3o \u00e0 Samaria, depois \u00e0 \u00c1sia Menor e, por fim, ao cora\u00e7\u00e3o do imp\u00e9rio. Percorre as principais estradas romanas e procura lugares de encontro. A\u00ed vai \u00e0s sinagogas para falar da Nova Alian\u00e7a ao povo da alian\u00e7a, e a\u00ed vai \u00e0s pra\u00e7as e estradas, \u00e0 beira do rio e nos teatros. Assim, imita o Mestre que vai \u00e0s sinagogas e \u00e0s casas, bem como ao templo e ao po\u00e7o. Como Jesus, Paulo procura homens e mulheres movidos pelo Esp\u00edrito Santo. Neste estudo do Evangelho, tentaremos compreender como Paulo viveu o seu minist\u00e9rio e identificar algumas das suas caracter\u00edsticas.<\/p>\n\n\n\n

I - PAULO: UM MINIST\u00c9RIO DE FUNDA\u00c7\u00c3O ATRAV\u00c9S DO AN\u00daNCIO DO EVANGELHO<\/strong><\/p>\n\n\n\n

I.1<\/strong> –<\/strong> Quando Paulo chega a uma comunidade, procura compreender e alcan\u00e7ar as pessoas a quem foi enviado. Assim, em rela\u00e7\u00e3o aos Cor\u00edntios \"Fiz-me judeu com os judeus, para ganhar os judeus; um s\u00fabdito da Lei com os s\u00fabditos da Lei - eu, que n\u00e3o sou um s\u00fabdito da Lei - para ganhar os s\u00fabditos da Lei. Fiz-me judeu com os judeus, para ganhar os judeus; s\u00fabdito da Lei com os s\u00fabditos da Lei - eu, que n\u00e3o sou s\u00fabdito da Lei - para ganhar os s\u00fabditos da Lei. Fiz-me in\u00edquo com os in\u00edquos - eu, que n\u00e3o estou sem lei de Deus, estando debaixo da lei de Cristo - para ganhar os in\u00edquos. Fiz-me fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para todos, para salvar alguns a todo o custo. E tudo isto fa\u00e7o por causa do Evangelho.<\/em> (1Co 9, 19-22). Ele olha para as pessoas a quem a Palavra \u00e9 dirigida. Fala de forma judaica com os judeus, explicando a prepara\u00e7\u00e3o do Messias atrav\u00e9s da hist\u00f3ria do povo hebreu. Em Antioquia da Pis\u00eddia, revisita a totalidade da Escritura. Mostra como Deus fala ao seu povo e actua em favor do seu povo, culminando na ressurrei\u00e7\u00e3o de Jesus: \"Tamb\u00e9m vos trazemos esta boa not\u00edcia: a promessa que Deus fez aos pais cumpriu-se plenamente para n\u00f3s, seus filhos, quando ressuscitou Jesus dos mortos\".<\/em> (Actos 13) Mas, com os pag\u00e3os, referir-se-\u00e1 ao Deus da cria\u00e7\u00e3o, do c\u00e9u, da terra e das estrelas. \"Amigos, que fazeis aqui? N\u00f3s tamb\u00e9m somos homens, sujeitos ao mesmo destino que v\u00f3s, homens que vos dizem para abandonardes todos esses \u00eddolos v\u00e3os e vos voltardes para o Deus vivo que fez o c\u00e9u, a terra, o mar e tudo o que neles existe. Nas gera\u00e7\u00f5es passadas, deixou que todas as na\u00e7\u00f5es seguissem o seu caminho, mas n\u00e3o deixou de dar testemunho das suas boas ac\u00e7\u00f5es, dando-vos do c\u00e9u chuvas e esta\u00e7\u00f5es f\u00e9rteis, enchendo os vossos cora\u00e7\u00f5es de alimento e de felicidade...\".<\/em> (Actos 14, 15-17).<\/p>\n\n\n\n

I.2 -<\/strong> Ele procurou sempre inserir na Boa Nova do Evangelho os conhecimentos religiosos e a abordagem do mundo, porque Deus est\u00e1 sempre a agir desde a cria\u00e7\u00e3o do mundo. Quando chegou a Atenas, tentou chegar \u00e0 sabedoria grega, mas a sua mensagem foi mal recebida; em Corinto, escutou as pessoas pobres e sem instru\u00e7\u00e3o. Ele sabia que a cidade era grande, com todas as culturas diferentes t\u00edpicas dos grandes portos. Talvez n\u00e3o, mas a cidade era muito grande, com uma popula\u00e7\u00e3o cosmopolita, com o seu com\u00e9rcio e a sua moral aproximada. A esta cidade marcada por v\u00e1rias formas de pobreza, ele decidiu anunciar Cristo pobre e crucificado. Foi assim que quis dar o rosto de Cristo pobre aos Cor\u00edntios, para que, atrav\u00e9s da sua pobreza, conhecessem esse Deus t\u00e3o surpreendente. \"Quando fui ter convosco, irm\u00e3os, n\u00e3o vim anunciar o mist\u00e9rio de Deus com o prest\u00edgio das palavras ou da sabedoria. N\u00e3o, n\u00e3o quis saber nada entre v\u00f3s, a n\u00e3o ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. As minhas palavras e a minha mensagem n\u00e3o eram discursos persuasivos de sabedoria; eram uma demonstra\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito e do poder, para que a vossa f\u00e9 n\u00e3o se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus\".<\/em> (1 Cor 2, 1-5).<\/p>\n\n\n\n

I.3 -<\/strong> Paulo d\u00e1 testemunho de uma convic\u00e7\u00e3o profunda: o fundamento de uma comunidade \u00e9, em \u00faltima an\u00e1lise, a pessoa de Cristo. Ele pr\u00f3prio o diz no cap\u00edtulo 3 \"Segundo a gra\u00e7a de Deus que me foi dada, lancei os alicerces como um bom arquiteto. Porque ningu\u00e9m pode lan\u00e7ar um alicerce sen\u00e3o aquele que est\u00e1 sobre ele, a saber, Jesus Cristo\".<\/em> (1 Cor 3). O minist\u00e9rio fundador de uma comunidade paulina \u00e9 permitir que Cristo seja a base e o princ\u00edpio do discipulado e da vida comunit\u00e1ria. Como ele gostaria que todos os pag\u00e3os tivessem acesso a essa gra\u00e7a! Ele que se via como enviado a pregar a todos os gentios \"a obedi\u00eancia da f\u00e9<\/em> (Ro 1,5).<\/p>\n\n\n\n

- Dedicamos tempo suficiente para olhar para a situa\u00e7\u00e3o humana de um pa\u00eds, de uma cidade, de um bairro ou de uma aldeia, para as mentalidades e para tudo o que marca a vida das pessoas? Que esfor\u00e7o fazemos para escutar e desenvolver a nossa intelig\u00eancia espiritual com o objetivo de fundar a Igreja de Deus entre os mais afastados e os mais pobres?<\/p>\n\n\n\n

- Paulo sabia como aproximar-se, judeu com os judeus, grego com os gregos, para que a mensagem fosse ouvida e as pessoas pudessem entrar no mundo. \"em comunh\u00e3o com o Filho de Deus, Jesus Cristo, nosso Senhor\".<\/em> (1 Cor 1, 2-9). Qual \u00e9 a proximidade do nosso minist\u00e9rio?<\/p>\n\n\n\n

- Ouvimos o Padre Chevrier dizer: \"\u00c9 preciso, portanto, construir sobre Jesus Cristo, sobre a sua palavra e p\u00f4-la em pr\u00e1tica, e a nossa casa ser\u00e1 constru\u00edda sobre a rocha\".<\/em> VD 103 \"\u00c9 ele que deve ser procurado e colocado como fundamento de tudo\".<\/em> VD 103, Ms X 21<\/p>\n\n\n\n

II - PAULO: UM MINIST\u00c9RIO PASTORAL DE ACOMPANHAMENTO E EDIFICA\u00c7\u00c3O<\/strong><\/p>\n\n\n\n

II.1 - O<\/strong> Quando Paulo funda uma comunidade, n\u00e3o a abandona. Mant\u00e9m-se com ela, sobretudo se a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 delicada. A situa\u00e7\u00e3o dos Cor\u00edntios era prec\u00e1ria. A pequena comunidade era constitu\u00edda por pessoas pobres, sofria de divis\u00f5es internas (1,10-12 e 3,3-4), era perturbada pela m\u00e1 conduta e pela devassid\u00e3o de alguns dos seus membros (5,1 sv, 6,9-10 e 18), por problemas com os pag\u00e3os por causa da carne sacrificada aos \u00eddolos (8 e 10) e por uma disputa sobre o minist\u00e9rio (Co 9 e 2).<\/p>\n\n\n\n

II.2 - O<\/strong> Esta \u00e9 a raz\u00e3o dos seus constantes esfor\u00e7os apost\u00f3licos. Enviou cartas, 4 provavelmente aos Cor\u00edntios; enviou uma que n\u00e3o surtiu efeito. Enviou ent\u00e3o Tim\u00f3teo (1 Cor 4,17), que ajudou a resolver os problemas, recordando-lhes \"os princ\u00edpios da vida em Cristo\" (1 Cor 4,17) e que \"o Senhor \u00e9 o Senhor\" (1 Cor 4,17). \"O reino de Deus n\u00e3o consiste em palavras, mas em actos.<\/em> (1 Cor 4,20). Foi o pr\u00f3prio Paulo que enviou esta primeira carta can\u00f3nica, na qual procurou responder ponto por ponto para reconduzir a comunidade ao esp\u00edrito da alian\u00e7a. F\u00e1-lo com confian\u00e7a. Vejamos um exemplo, o caso da m\u00e1 conduta: \"Purificai-vos do fermento velho\", escreve ele, \"porque Cristo, nossa P\u00e1scoa, foi sacrificado (1 Cor 5,7). N\u00e3o sabeis que os vossos corpos s\u00e3o membros de Cristo, templo do Esp\u00edrito Santo? (1 Cor 6,15 e 19). Vejamos a rela\u00e7\u00e3o com os gentios. Paulo escreve \"Para n\u00f3s h\u00e1 um s\u00f3 Deus, o Pai, de quem tudo prov\u00e9m e para quem n\u00f3s vamos, e um s\u00f3 Senhor, Jesus Cristo, pelo qual tudo existe e pelo qual n\u00f3s somos.<\/em> (1 Cor 8,6) e acrescenta um ponto de refer\u00eancia para aqueles que descobriram a novidade da f\u00e9: \"pela vossa ci\u00eancia perecem os fracos, o irm\u00e3o por quem Cristo morreu\".<\/em> (1 Cor 8,11); \"ferindo a consci\u00eancia dos fracos, pecais contra Cristo\".<\/em> (1 Cor 8,11). Tomemos o caso da ora\u00e7\u00e3o em l\u00ednguas: de que serve orar a Deus se a ora\u00e7\u00e3o n\u00e3o ajuda a edificar os irm\u00e3os numa a\u00e7\u00e3o de gra\u00e7as esclarecida, ou se escandaliza os n\u00e3o iniciados? \"Que tudo seja feito de modo a edificar\".<\/em> (1 Cor 14, 26), e acrescenta: \"Deus n\u00e3o \u00e9 um Deus de desordem, mas de paz\".<\/em> (1 Cor 14,33).<\/p>\n\n\n\n

II.3 - O <\/strong>Atrav\u00e9s destes exemplos, podemos ver como Paulo est\u00e1 a trabalhar para colocar os Cor\u00edntios de novo no caminho do discipulado. N\u00e3o se trata, antes de mais, de uma moral. Volta a centrar-se no projeto de Deus, no mist\u00e9rio de Cristo e no significado do irm\u00e3o pobre que deve ser respeitado; sobre estes pontos, insiste no cap\u00edtulo 10 (14-31), mostrando a novidade da ceia pascal, a liberdade dos filhos de Deus e, ao mesmo tempo, o necess\u00e1rio respeito pelos outros: \" \" Tudo \u00e9 permitido, mas nem tudo \u00e9 proveitoso. \"Tudo \u00e9 permitido, mas nem tudo edifica. Que ningu\u00e9m procure o seu pr\u00f3prio interesse, mas o dos outros\".<\/em> (1 Cor 10,23-24). 2.4 - Todos estes esfor\u00e7os t\u00eam como objetivo comunicar a vida de Cristo. Tito \u00e9 novamente enviado a Corinto, mas a situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o mudou muito. Paulo decidiu ent\u00e3o partir para Corinto (2 Cor 13,2), mas foi confrontado. Parte abruptamente. \u00c9 nesta carta, a segunda can\u00f3nica, escrita \"em l\u00e1grimas\", que ele lhes explica o seu minist\u00e9rio. Volta a enviar Tito (2 Cor 2,13). A miss\u00e3o foi boa (2 Cor 7,13). Outra carta e outra visita de Paulo. Ele estava determinado a que a comunidade fosse edificada em Cristo. \"\u00c9 diante de Deus, em Cristo, que falamos. E tudo isto, amados, para vossa edifica\u00e7\u00e3o\" (2 Cor 12,29). Ele pr\u00f3prio tinha o cuidado de trabalhar com as suas m\u00e3os, para n\u00e3o p\u00f4r qualquer obst\u00e1culo \u00e0 rece\u00e7\u00e3o da Palavra de Deus. N\u00e3o era um peso para ningu\u00e9m (2 Cor 9) e n\u00e3o usava o seu direito de ap\u00f3stolo: queria oferecer um minist\u00e9rio gratuito: \"Sim, ai de mim se n\u00e3o pregasse o Evangelho! Se eu tomasse a iniciativa desta tarefa, teria direito a uma recompensa; se n\u00e3o o fizesse, seria um fardo que me seria confiado. Ent\u00e3o, qual \u00e9 a minha recompensa? \u00c9 que, ao anunciar o Evangelho, ofere\u00e7o o Evangelho livremente, sem usar o direito que o Evangelho me confere\".<\/em> \u00c9 um gerar doloroso, por fidelidade ao projeto de Deus e por amor \u00e0 comunidade; e tudo isto na dor: \"Trabalhos e fadigas, vig\u00edlias frequentes, fome e sede, jejuns repetidos, frio e nudez! Para n\u00e3o falar do resto, a minha obsess\u00e3o quotidiana, a preocupa\u00e7\u00e3o de todas as Igrejas! Quem \u00e9 fraco, para que eu n\u00e3o seja fraco? Quem cai, para que o fogo n\u00e3o me queime?<\/em> (2 Cor 11,27-29). E esta gera\u00e7\u00e3o \u00e9 um ato de Cristo ressuscitado que age \"na pessoa\" de Paulo: \"J\u00e1 que procurais a prova de que Cristo fala em mim, aquele que n\u00e3o \u00e9 fraco para v\u00f3s, mas \u00e9 forte entre v\u00f3s. \u00c9 verdade que ele foi crucificado por causa da sua fraqueza, mas est\u00e1 vivo pelo poder de Deus. E n\u00f3s tamb\u00e9m somos fracos nele, \u00e9 certo, mas viveremos com ele pelo poder de Deus sobre v\u00f3s.<\/em> (2 Cor 13). Esta gera\u00e7\u00e3o consiste, atrav\u00e9s da sua vida compassiva, em fazer nascer pessoas semelhantes a Cristo: \"Porque, se tendes milhares de mestres em Cristo, n\u00e3o tendes muitos pais, pois eu vos gerei pelo Evangelho em Cristo Jesus. Pe\u00e7o-vos, pois, que vos mostreis meus imitadores\".<\/em> (1 Cor 4,15). 2.5 - Entramos, ent\u00e3o, no olhar contemplativo de Paulo, cheio de f\u00e9 na a\u00e7\u00e3o do Esp\u00edrito que est\u00e1 no centro dos seus esfor\u00e7os: \"V\u00f3s sois a nossa carta, escrita nos nossos cora\u00e7\u00f5es, conhecida e lida por todos os homens. Sois, sem d\u00favida, uma carta de Cristo confiada ao nosso minist\u00e9rio, escrita n\u00e3o com tinta, mas com o Esp\u00edrito de Deus vivo, n\u00e3o em t\u00e1buas de pedra, mas em t\u00e1buas de carne, nos vossos cora\u00e7\u00f5es\". \"N\u00e3o \u00e9 por causa de uma capacidade pessoal que nos podemos tornar nossos, \u00e9 de Deus que vem a nossa capacidade\".<\/em>. Contemplativo e colaborador do Esp\u00edrito! \u00c9 esta a liga\u00e7\u00e3o de Paulo \u00e0 comunidade. Encontramos esta mesma liga\u00e7\u00e3o \u00e0 comunidade, nascida do Esp\u00edrito, desde os in\u00edcios apost\u00f3licos de Paulo. Linchado em Ic\u00f3nio, regressa a Ic\u00f3nio algum tempo depois para refor\u00e7ar a comunidade nascente: \"Depois de terem anunciado a Boa Nova naquela cidade e de terem feito bastantes disc\u00edpulos, voltaram para Listra, Ic\u00f3nio e Antioquia. A\u00ed fortaleceram o cora\u00e7\u00e3o dos disc\u00edpulos e exortaram-nos a perseverar na f\u00e9:<\/em> \u00c9-nos necess\u00e1rio - diziam - passar por muitas tribula\u00e7\u00f5es para entrar no Reino de Deus. Em cada Igreja, nomearam anci\u00e3os para eles, fizeram ora\u00e7\u00f5es e jejuns, e confiaram-nos ao Senhor, em quem tinham posto a sua f\u00e9\".<\/em> (Actos 14). Quando Paulo passou por Mileto, contou como n\u00e3o se tinha poupado a esfor\u00e7os para \"educar os judeus e os gregos em p\u00fablico<\/em> e em privado do mist\u00e9rio de Deus, a fim de, pelo seu testemunho de \"Convertei-vos a ele e crede em nosso Senhor Jesus\".<\/em> (Actos 14:21). E acrescenta \"Por isso, hoje posso testemunhar perante v\u00f3s: estou limpo do sangue de todos. N\u00e3o negligenciei nada: pelo contr\u00e1rio, foi todo o plano de Deus que vos anunciei\".<\/em> (Actos 20). Corinto, Ic\u00f3nio, Mileto: encontros onde se compreende a preocupa\u00e7\u00e3o de Paulo por todas as Igrejas, por aqueles que ele leva \u00e0 f\u00e9, \"selo do meu apostolado\" (1 Cor 9,2). Como um pastor, cuida do rebanho, recentrando-o no verdadeiro Pastor e nos seus irm\u00e3os, especialmente nos mais pobres. Trabalha pelo rebanho que lhe foi confiado.<\/p>\n\n\n\n

- Podemos perguntar-nos: que amor temos pelas comunidades que nos s\u00e3o confiadas e \u00e0s quais somos entregues? O que \u00e9 que nos mant\u00e9m vivos nos momentos de dor?<\/p>\n\n\n\n

- Em nome de Cristo ressuscitado, que minist\u00e9rio vivemos na condu\u00e7\u00e3o da comunidade (edificando-a, acompanhando-a, recolocando-a no caminho do Evangelho, de que modo \"retomamos\", como dizia o Padre Chevrier)?<\/p>\n\n\n\n

- O que \u00e9 que \"gerar em Cristo\" significa para o nosso minist\u00e9rio?<\/p>\n\n\n\n

- Como redescobrir o minist\u00e9rio do Padre Chevrier?<\/p>\n\n\n\n

III - PAULO: UM MINIST\u00c9RIO COMO FORMADOR DE L\u00cdDERES COMUNIT\u00c1RIOS<\/strong><\/p>\n\n\n\n

III.1 - O<\/strong> Paulo tinha um sentido de longo prazo; chamava l\u00edderes e confiava-os ao Senhor. Vemos isso no seu minist\u00e9rio na \u00c1sia. \"Em cada igreja, Paulo e Barnab\u00e9 nomeavam anci\u00e3os, faziam ora\u00e7\u00f5es com os jovens e confiavam-nos ao Senhor, em quem tinham posto a sua f\u00e9\" (14,23). Paulo nomeia anci\u00e3os nos quais discerne a f\u00e9 e que est\u00e3o cheios do Esp\u00edrito Santo; embebe-os na f\u00e9 atrav\u00e9s da ora\u00e7\u00e3o e do jejum, e confia-os ao Senhor, num v\u00ednculo de perten\u00e7a. Paulo pode ent\u00e3o partir de Ic\u00f3nio sabendo que \u00e9 o Senhor que ser\u00e1 o seu apoio, tal como partir\u00e1 de Mileto, confiando os seus respons\u00e1veis \"a Deus e \u00e0 sua palavra de Gra\u00e7a, que tem o poder de construir o edif\u00edcio e de dar uma heran\u00e7a a todos os santificados\" (Actos 20,32).<\/p>\n\n\n\n

III.2 - O<\/strong> Mas, ao entregar estes l\u00edderes a Deus e ao seu plano de salva\u00e7\u00e3o para a humanidade, Paulo compromete-os a serem eles pr\u00f3prios vigilantes em dois pontos. Em primeiro lugar, compromete-os a velar por si pr\u00f3prios, cuidando da gra\u00e7a de Deus que lhes foi dada e do dep\u00f3sito do Evangelho que lhes foi confiado. \"Em segundo lugar, exorta-os a velar por todo o rebanho, a \"tomar conta de todo o rebanho de que o Esp\u00edrito Santo vos constituiu guardi\u00e3es\" (Act 2,28). N\u00e3o \u00e9 - diz-lhes - toda a Igreja de Deus que deve ser alimentada segundo o projeto da sua gra\u00e7a, a Igreja que ele comprou com o seu pr\u00f3prio sangue? Ele forma ap\u00f3stolos de Deus que s\u00e3o contemplativos da sua comunidade: ela tem a marca de Deus, no sangue de Cristo. Deus realizou nela a sua obra, ela pertence a Deus.<\/p>\n\n\n\n

III.3 - O<\/strong> Ao faz\u00ea-lo, abriu os respons\u00e1veis para a grandeza deste servi\u00e7o, o de alimentar um povo assim, salvo e santificado pelo sangue de Cristo. O minist\u00e9rio de Paulo, \"marcados com o selo do Esp\u00edrito<\/em> parece ser a de uma testemunha dedicada a este povo salvo pelo sangue de Cristo e que apela aos dirigentes para que o imitem: \"Sede meus imitadores, como tamb\u00e9m eu sou de Cristo\" (1 Cor 11,1), ele, Paulo, trazendo na sua carne as marcas da paix\u00e3o do Senhor Jesus: \"Trago no meu corpo as marcas de Jesus\".<\/em> (Gal 6,17). A quest\u00e3o que se nos coloca ent\u00e3o \u00e9 a seguinte:<\/p>\n\n\n\n

- Como formar l\u00edderes comunit\u00e1rios \u00e0 maneira de Paulo, numa a\u00e7\u00e3o que consiste no discernimento, na imers\u00e3o na ora\u00e7\u00e3o, na ascese, na consci\u00eancia de pertencer a Deus, na consci\u00eancia do mist\u00e9rio da Igreja, na grandeza do servi\u00e7o a esse mist\u00e9rio?<\/p>\n\n\n\n

IV - PAULO: UM MINIST\u00c9RIO PARTILHADO COM OS COLABORADORES<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Sem d\u00favida que o temperamento de Paulo n\u00e3o fazia com que os seus colaboradores se sentissem \u00e0 vontade. Mas o seu minist\u00e9rio foi muitas vezes exercido com colaboradores de quem ele fala com afeto. Evocamos Tito \"o meu irm\u00e3o<\/em> (2 Cor 2,13), \"meu companheiro e colaborador<\/em> (2 Cor 8,23); \"Gra\u00e7as a Deus, que p\u00f4s no cora\u00e7\u00e3o de Tito o mesmo zelo por ti\" (2 Cor 8,16); \"n\u00e3o and\u00e1mos n\u00f3s no mesmo esp\u00edrito?<\/em> (2 Cor 12,18). Tim\u00f3teo \u00e9 qualificado \"Ele recordar-vos-\u00e1 os meus princ\u00edpios de vida em Cristo\". <\/em>(1 Cor 4,17). E h\u00e1 ainda Silas (Act 18,5) e aquele outro irm\u00e3o (n\u00e3o identificado) de quem \"as Igrejas cantam louvores ao Evangelho\" (2 Cor 8,18), aquele \"cujo zelo muitas vezes prov\u00e1mos\".<\/em> (2 Cor 8,22); (2 Cor 12,18). Em muitas cidades, Paulo gostava de trabalhar com pessoas que tinham vindo a Cristo. Para ele, elas eram testemunhas do Evangelho e estafetas do seu trabalho apost\u00f3lico. Em Corinto, encontramos um bom n\u00famero de pessoas: Priscila e \u00c1quila (Actos 18,2 e 18 e 16,19), T\u00edcio Justo (Actos 18,7), Crispo (Actos 18,8), S\u00f3stenes (Actos 18,17 e 1Cor 1,1), os habitantes de Clo\u00e9 (1Cor 1,11), \u00c1polos (1Cor 16,12), Est\u00e9fanas e a sua fam\u00edlia (1Cor 16,15), Fortunato e Arquaico (1Cor 16,17). Este minist\u00e9rio partilhado \u00e9 um minist\u00e9rio de equipa. Cada um tem um lugar na miss\u00e3o, em fun\u00e7\u00e3o da sua situa\u00e7\u00e3o. Deste modo, o Evangelho \u00e9 difundido de estafeta em estafeta.<\/p>\n\n\n\n

- Muitos dos nossos campos apost\u00f3licos no mundo dos pobres s\u00e3o semelhantes aos de Corinto. O Evangelho tem dificuldade em chegar aos cora\u00e7\u00f5es, \u00e0s mentes e \u00e0s estruturas da sociedade. Que colaboradores procuramos, e como os procuramos, para aproximar o Evangelho da vida das pessoas?<\/p>\n\n\n\n

- Como form\u00e1-los? Como trabalhar com eles em afeto fraterno (sobretudo nos pa\u00edses onde existem Equipas de Anima\u00e7\u00e3o Pastoral)?<\/p>\n\n\n\n

V - PAULO: UM MINIST\u00c9RIO DE COMUNH\u00c3O COM CRISTO, SERVIDOR DO PROJECTO DO PAI<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Paulo est\u00e1 extremamente consciente de estar com os seus companheiros, \"servos de Cristo e administradores dos mist\u00e9rios de Deus. <\/em>(1 Cor 4,1). Em nada ele \"procurar a sua gl\u00f3ria e n\u00e3o dar valor \u00e0 sua vida\".<\/em> (Actos 20). \u00c9 um homem, segundo as palavras do Padre Chevrier, que \"quer ser como o seu mestre\", fazendo a obra do Pai.<\/p>\n\n\n\n

V.1 -<\/strong> \u00c9 por isso que vemos Paulo a sair como um enviado em miss\u00e3o: \"Na igreja local de Antioquia havia profetas e doutores: Barnab\u00e9, Sime\u00e3o, chamado N\u00edger, L\u00facio de Cirene, Mana\u00e9m, companheiro de inf\u00e2ncia de Herodes, o tetrarca, e Saulo. Um dia, quando estavam a adorar o Senhor e a jejuar, o Esp\u00edrito Santo disse \"Guardai-me, pois, Barnab\u00e9 e Saulo para a obra para que os designei. Ent\u00e3o, depois de jejuar, orar e impor as m\u00e3os sobre eles, deram-lhes licen\u00e7a\".<\/em> (Actos 13). No in\u00edcio da sua carta aos Cor\u00edntios, o pr\u00f3prio Paulo revela a sua consci\u00eancia apost\u00f3lica: \"Paulo, chamado a ser ap\u00f3stolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus\" (1 Cor 1,1) (tamb\u00e9m Rm 1,1): \"Paulo, servo de Cristo Jesus, ap\u00f3stolo por voca\u00e7\u00e3o, separado para anunciar o Evangelho de Deus\".<\/em>.<\/p>\n\n\n\n

V.2 -<\/strong> Continuamos a v\u00ea-lo obedecer ao Esp\u00edrito nos acontecimentos. Na Pis\u00eddia, quando os judeus o rejeitaram, voltou-se para os pag\u00e3os: \"Ent\u00e3o Paulo e Barnab\u00e9 tiveram a aud\u00e1cia de declarar: \"A palavra de Deus devia ter sido dirigida primeiro a v\u00f3s! Como v\u00f3s a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, vamos dirigir-nos aos gentios.<\/em> (Actos 13). No conflito que o levou a ser julgado pelo imperador, ele viu \"a oportunidade<\/em> (Romanos 1:10) para levar o Evangelho a Roma. Ele deixou-se guiar pelo Esp\u00edrito.<\/p>\n\n\n\n

V.3 -<\/strong> Mesmo no sofrimento apost\u00f3lico, quer ser como o seu mestre. \"Atualmente, <\/em>Lemos na carta aos ColossensesEncontro a minha alegria nos sofrimentos que sofro por v\u00f3s, e completo na minha carne o que falta \u00e0s prova\u00e7\u00f5es de Cristo pelo seu Corpo, que \u00e9 a Igreja\".<\/em> (Col 1). Deste modo, ele est\u00e1 em conformidade e familiaridade com a linguagem da cruz. \"A linguagem da cruz \u00e9, de facto, loucura para os que se perdem, mas para os que se salvam, para n\u00f3s, \u00e9 a sabedoria de Deus\".<\/em> (1 Cor 1,18). Paulo pregava com confian\u00e7a e sem medo \"Mas para aqueles que s\u00e3o chamados, tanto judeus como gregos, ele \u00e9 o Cristo, o poder de Deus e a sabedoria de Deus\".<\/em><\/p>\n\n\n\n

V.4 - <\/strong>Pregava com a confian\u00e7a de que o Crucificado ressuscitado seria acolhido pelos pobres. Eles s\u00e3o os \" chamado \"<\/em>a \"escolhido<\/em> de Deus : \"Considerai, irm\u00e3os, quem sois v\u00f3s que recebestes o chamamento de Deus: entre v\u00f3s n\u00e3o h\u00e1 muitos que sejam s\u00e1bios aos olhos dos homens, nem muitos que sejam poderosos, nem muitos que sejam de boa fam\u00edlia. Mas Deus escolheu o que \u00e9 louco no mundo para confundir os s\u00e1bios; o que \u00e9 fraco no mundo, Deus escolheu para confundir os fortes\". <\/em>(1 Cor 1,26).<\/p>\n\n\n\n

V.5 -<\/strong> E o pr\u00f3prio Paulo sabe que as suas fraquezas n\u00e3o s\u00e3o obst\u00e1culos no apostolado, mas uma oportunidade para uma manifesta\u00e7\u00e3o clara do poder de Deus: \"Foi-me posto um espinho na carne, foi-me enviado um anjo de Satan\u00e1s para me fazer voar, para que eu n\u00e3o me orgulhe! Por tr\u00eas vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele disse-me: \"A minha gra\u00e7a basta-te, porque na fraqueza est\u00e1 a for\u00e7a. Por isso, \u00e9 com um grande cora\u00e7\u00e3o que me gloriarei sobretudo nas minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse sobre mim. \u00c9 por isso que tenho prazer nas fraquezas, nas inj\u00farias, nas ang\u00fastias, nas persegui\u00e7\u00f5es e nas ang\u00fastias suportadas por causa de Cristo, porque quando sou fraco, ent\u00e3o \u00e9 que sou forte\".<\/em> (2 Cor 12). O tesouro de que \u00e9 portador e respons\u00e1vel por dar a conhecer \u00e9 transportado na fragilidade que abre caminho \u00e0 a\u00e7\u00e3o de Deus. \"Transportamos este tesouro em vasos de barro, para que este poder incompar\u00e1vel perten\u00e7a a Deus e n\u00e3o a n\u00f3s.<\/em> (2 Cor 4,7). O minist\u00e9rio de Paulo foi um minist\u00e9rio de comunh\u00e3o total com Cristo, at\u00e9 \u00e0 sua humilha\u00e7\u00e3o, porque sabia que participava no poder de Cristo ressuscitado. Ele \"sabe em quem depositou a sua f\u00e9\".<\/em>. Isso \u00e9 tudo o que importa para Paul. \"O poder de Cristo manifesta-se na fraqueza\".<\/em>. Assim, o minist\u00e9rio de Paulo \u00e9 um minist\u00e9rio de poder e de gl\u00f3ria, porque se ajusta ao Cristo pobre, rebaixado at\u00e9 \u00e0 morte na cruz, glorificado pelo Pai.<\/p>\n\n\n\n

- De que forma \u00e9 que o minist\u00e9rio que vivo me leva a entrar em comunh\u00e3o com o Cristo pobre e humilde? - No mundo em que vivo, com que ousadia e obedi\u00eancia ao Esp\u00edrito sou levado a viver e a falar da f\u00e9 de Paulo?<\/p>\n\n\n\n

- Como \u00e9 que isto rompe com a cultura dominante?<\/p>\n\n\n\n

- De que modo as minhas fraquezas est\u00e3o associadas e participam na a\u00e7\u00e3o do Senhor Ressuscitado?<\/p>\n\n\n\n

VI - PAULO, UM \"MINIST\u00c9RIO DO ESP\u00cdRITO<\/strong><\/p>\n\n\n\n

VI.1 - O<\/strong> Paulo considera o seu minist\u00e9rio \"como um minist\u00e9rio do Esp\u00edrito<\/em>, \"estabelecido segundo o Esp\u00edrito Santo<\/em> (Ro 1,4). \u00c9 Cristo que nos torna capazes de ser ministros de uma Nova Alian\u00e7a, n\u00e3o da letra, mas do Esp\u00edrito; porque a letra mata, mas o Esp\u00edrito d\u00e1 vida\".<\/em> (2 Cor 3,6). Paulo \"Iluminados pela gl\u00f3ria de Cristo, transfigurados pelo Senhor nessa mesma imagem com gl\u00f3ria cada vez maior\".<\/em> vive um minist\u00e9rio de liberdade, ajustado por um \"am\u00e9m\" total ao projeto de Deus de dar vida ao mundo.<\/p>\n\n\n\n

VI.2 - O<\/strong> Este minist\u00e9rio torna-se um minist\u00e9rio de ilumina\u00e7\u00e3o. Consiste, antes de mais, em procurar estar pr\u00f3ximo das pessoas e ganhar a sua confian\u00e7a, com esp\u00edrito de servo: \"N\u00e3o, n\u00e3o nos proclamamos a n\u00f3s mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a n\u00f3s, proclamamo-nos vossos servos por amor de Jesus\".<\/em> (2 Cor 4,5), e na verdade sobre a Palavra de Deus a ser transmitida na sua totalidade: \"N\u00e3o somos como tantos outros que adulteram a palavra de Deus; falamos com sinceridade, em nome de Deus, na face de Deus, em Cristo.<\/em> (2 Cor 2). O objetivo de aproximar a Palavra das pessoas \u00e9 introduzi-las na \"ilumina\u00e7\u00e3o do Evangelho da gl\u00f3ria de Cristo, que \u00e9 a imagem de Deus\" (2 Cor 4,4). O seu objetivo \u00e9 conduzir \u00e0 obedi\u00eancia da f\u00e9, \u00e0 gl\u00f3ria.<\/p>\n\n\n\n

VI.3 - O<\/strong> Este minist\u00e9rio \u00e9 um minist\u00e9rio de abertura constante ao Esp\u00edrito. \u00c9 o minist\u00e9rio da sentinela, sempre atenta ao que o Esp\u00edrito est\u00e1 a fazer no cora\u00e7\u00e3o das pessoas. Ao ver o que o Esp\u00edrito estava a fazer entre os gentios, Paulo decidiu ir a Jerusal\u00e9m para falar livremente e com verdade. N\u00e3o \u00e9 sempre uma quest\u00e3o de \"andar sob o impulso do Esp\u00edrito\".<\/em> (Gal 5,16) e obedecer-lhe. O minist\u00e9rio de Paulo \u00e9 um minist\u00e9rio de obedi\u00eancia e, ao mesmo tempo, de ousadia, n\u00e3o de repeti\u00e7\u00e3o, de constante avan\u00e7o em dire\u00e7\u00e3o ao projeto do Pai para a humanidade; o objetivo deste minist\u00e9rio \u00e9 dar vida \u00e0 Nova Alian\u00e7a realizada no Mist\u00e9rio Pascal. Podemos perguntar-nos: que luzes recebemos de Cristo? Em que \u00e9 que elas s\u00e3o uma for\u00e7a que leva \u00e0 ousadia necess\u00e1ria para viver um minist\u00e9rio de ilumina\u00e7\u00e3o?<\/p>\n\n\n\n

VII - PAULO, UM MINIST\u00c9RIO DE ORA\u00c7\u00c3O<\/strong><\/p>\n\n\n\n

VII.1 - O<\/strong> Paulo era um homem de ora\u00e7\u00e3o. Reza na sinagoga, junto ao rio (Actos 16,13), na pris\u00e3o (Actos 16,25), no barco. Rezava em todas as circunst\u00e2ncias, dando gra\u00e7as a Deus pelo que o via realizar.<\/p>\n\n\n\n

VII.2 - O<\/strong> N\u00e3o hesita em pedir \u00e0 comunidade que reze por ele e pela sua miss\u00e3o: \"Rezai por n\u00f3s em particular, para que Deus abra um campo livre para a nossa prega\u00e7\u00e3o e para que possamos anunciar o mist\u00e9rio de Cristo; \u00e9 por causa dele que estou acorrentado; obtende-me o direito de o publicar falando como devo\".<\/em> (1 Cor 4).<\/p>\n\n\n\n

VII.3 - O<\/strong> Ele sabe que \u00e9 o Esp\u00edrito que reza nele e em cada disc\u00edpulo \"Deus enviou aos nossos cora\u00e7\u00f5es o Esp\u00edrito do seu Filho, que clama: Abb\u00e1, Pai!<\/em> (Gal 4,6). E a obra do Esp\u00edrito na ora\u00e7\u00e3o \u00e9 ajustar os santos ao projeto do Pai: \"O Esp\u00edrito vem em aux\u00edlio da nossa fraqueza, porque n\u00e3o sabemos o que pedir para rezar como conv\u00e9m; mas o pr\u00f3prio Esp\u00edrito intercede por n\u00f3s com gemidos inef\u00e1veis, e Aquele que sonda os cora\u00e7\u00f5es sabe qual \u00e9 o desejo do Esp\u00edrito e que a sua intercess\u00e3o pelos santos corresponde aos planos de Deus. E n\u00f3s sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam, daqueles que ele chamou segundo o seu des\u00edgnio\".<\/em> (Ro 8,26).<\/p>\n\n\n\n

VII.4 - O<\/strong> Atrav\u00e9s do Esp\u00edrito, Paulo est\u00e1 em comunh\u00e3o com Cristo, seu Mestre, e esta \u00e9 a sua for\u00e7a. \"esp\u00edrito de ora\u00e7\u00e3o<\/em> como dizia o Padre Chevrier. Um dia, p\u00f4de dizer \"j\u00e1 n\u00e3o sou eu que vivo, \u00e9 Cristo que vive em mim\", a perfei\u00e7\u00e3o da uni\u00e3o com Cristo que reza ao Pai em si mesmo, fazendo a obra do Pai. No final das suas cartas, ele deseja que esta comunh\u00e3o com Cristo e o mist\u00e9rio da Trindade habitem no cora\u00e7\u00e3o dos disc\u00edpulos de Cristo: \"A gra\u00e7a do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunh\u00e3o do Esp\u00edrito Santo estejam com todos v\u00f3s!\"<\/em> (2 Cor 13). Tal \u00e9, portanto, o homem sintonizado com Deus e com o seu projeto de salva\u00e7\u00e3o, sintonizado com Cristo na for\u00e7a do Esp\u00edrito.<\/p>\n\n\n\n

CONCLUS\u00c3O<\/strong><\/p>\n\n\n\n

O minist\u00e9rio de Paulo estava longe de ser o de um funcion\u00e1rio p\u00fablico. \u00c9 o de um homem que se intitula \"servo de Jesus Cristo, chamado a ser ap\u00f3stolo, separado para anunciar o Evangelho de Deus\" (Rm 1,1). Toda a sua vida foi dedicada a este minist\u00e9rio, para revelar o Ressuscitado presente no mundo, a esperan\u00e7a da gl\u00f3ria. Ele foi consagrado para o Evangelho. \u00c9 esta a for\u00e7a do seu apostolado. \"Tornei-me ministro da Igreja em virtude do cargo que Deus me confiou, para fazer chegar entre v\u00f3s a Palavra de Deus, aquele mist\u00e9rio que permaneceu oculto durante s\u00e9culos e gera\u00e7\u00f5es e que agora foi manifestado aos seus santos: Deus deu-lhes a conhecer a gl\u00f3ria deste mist\u00e9rio entre os gentios: \u00e9 Cristo entre v\u00f3s! A esperan\u00e7a da gl\u00f3ria! N\u00f3s anunciamos este Cristo, advertindo e instruindo com toda a sabedoria todos os homens, para que todos os homens sejam perfeitos em Cristo. E \u00e9 por esta causa que eu me esfor\u00e7o, com a sua energia operando em mim com poder\".<\/em> (Col 1,25-29). Seguindo os passos de Paulo, \u00e9 dif\u00edcil imaginar que o minist\u00e9rio possa ser exercido a tempo parcial. Totalmente empenhado ao servi\u00e7o da humanidade,<\/p>\n\n\n\n

- Ele segue os caminhos dos homens, vai onde as pessoas se re\u00fanem;<\/p>\n\n\n\n

- Ele olha, escuta, v\u00ea, compreende, ajusta-se, destaca-se, na fidelidade \u00e0 Palavra;<\/p>\n\n\n\n

- Ele anuncia Cristo na sua totalidade, \"em p\u00fablico como em privado\", com um ou outro ;<\/p>\n\n\n\n

- Procura os cora\u00e7\u00f5es onde a Palavra ressoa, para os despertar para a lei da liberdade e da comunh\u00e3o com Cristo. Forma-os, como um pai, um pastor, e sustenta-os;<\/p>\n\n\n\n

- Ele chama alguns deles para conduzir o rebanho, para construir uma comunidade e para a formar. O Padre Chevrier quis transmitir-nos tudo isto para que o nosso minist\u00e9rio seja tamb\u00e9m um minist\u00e9rio do Esp\u00edrito, um minist\u00e9rio de poder na cruz do Senhor.<\/p>\n\n\n\n

Gilles Gracineau, padre do Prado - diocese de Limoges<\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O Padre Chevrier via S\u00e3o Paulo como o modelo do ap\u00f3stolo, o modelo do sacerdote. Ao examinar os Evangelhos, nunca deixou de escutar o que o Esp\u00edrito Santo lhe podia revelar atrav\u00e9s do estudo dos textos paulinos. \u00c9 este trabalho que \u00e9 aqui continuado numa ... <\/p>\n